Pampulha: Patrimônio Cultural da Humanidade
O Rouxinol / Neusa Rocha está presente na Pampulha, Patrimônio Cultural da Humanidade!
Reconhecido recentemente pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, o conjunto arquitetônico da Pampulha possui rara, genuína e eminente beleza e reúne características históricas, artísticas e urbanísticas, que revelam delicadamente a interação entre arquitetura (Oscar Niemeyer), pintura (Cândido Portinari), artes plásticas (Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa) e paisagismo (Burle Marx).
O mais importante cartão postal de Belo Horizonte nasceu da perspectiva de modernidade do então prefeito Juscelino Kubitschek, que na ocasião (1942 – 1944) vislumbrava um espaço para o lazer e o turismo. Para compor o entorno da Lagoa, projetou-se a Igreja de São Francisco de Assis (marco da arquitetura moderna), a Casa do Baile, o Cassino (atualmente Museu de Arte da Pampulha) e o Iate Tênis Clube.
Casa do Baile
Inaugurada em 1943, para abrigar um pequeno restaurante, com um salão de mesas e uma pista de dança, a Casa do Baile tinha a função social de divertir o povo e se tornou palco de atrações musicais e dançantes, um espaço de entretenimento frequentado pela sociedade mineira. Localiza-se em uma ilhota artificial ligada à orla por uma pequena ponte de concreto e se destaca pela forma da fachada e pela marquise sinuosa. Foi desativada em 1948 e depois disso reaberta algumas vezes para fins comerciais, mas isso durou pouco. Só em 2002 foi definitivamente reinaugurada, após um processo de restauração, para funcionar como Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e do Design de BH.
Mineirão e Mineirinho
O Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, foi construído em um terreno cedido pela UFMG e inaugurado em 5 de setembro de 1965, com direito a fogos de artifício, apresentação de paraquedistas e, é claro, disputa no futebol. Os times que realizaram o primeiro jogo foram a Seleção Mineira, que reunia os melhores jogadores do estado, e o River Plate, da Argentina. 80 mil pessoas assistiram a esse clássico, que terminou em 1 x 0 para os donos da casa.
O Mineirinho, Estádio Jornalista Felipe Drummond, foi inaugurado em 15 de março de 1980, depois de 18 anos do início de sua construção. Era para ser um centro esportivo, mas se tornou o maior ginásio da América Latina, com o maior vão livre do mundo. Devido ao fato de ser um ginásio coberto, o Mineirinho possui maior volume de concreto do que o próprio Mineirão. Além disso, o Mineirinho possui a altura equivalente a um prédio de 13 andares, contando com o seu subsolo, enquanto a altura o Mineirão equivale a um prédio de 4 andares.
Igrejinha - Igreja de São Francisco de Assis
A Igreja de São Francisco de Assis foi eleita a obra-prima dentre todas do conjunto arquitetônico da Pampulha. Sua forma arredondada, projetada por Oscar Niemeyer, possui linhas e curvas revestidas por azulejos que abrigam os painéis de Portinari e retratam a imagem de São Francisco. Em seu interior está abrigada a Via-Sacra, composta por quatorze painéis, também de Cândido Portinari. Os jardins são assinados por Burle Marx e os baixos-relevos em bronze foram esculpidos por Alfredo Ceschiatti.
Museu de Arte da Pampulha
Primeiro edifício do conjunto a ser construído, o Museu de Arte da Pampulha (MAP) funcionou como cassino até 30 de abril de 1946, quando, por ordem do então presidente Gaspar Dutra, que proibiu os jogos em todo o território nacional, teve que deixar de sê-lo, ficando fechado por um período.
Cerca de 10 anos mais tarde, foi reaberto como Museu, com um acervo de 1500 obras expostas periodicamente ao público em eventos. Os jardins que envolvem o prédio, moldados pelo paisagista Roberto Burle Marx, têm como principal característica as formas sinuosas que os compõem, com grandes blocos ou manchas de cores, formadas por espécies da flora brasileira. Ao paisagismo de Burle Marx foram agregadas as estátuas de Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa.
Iate Tênis Clube
Construído em 1942, o Iate Tênis Clube possui uma arquitetura original que remete a um barco. Seus jardins são assinados por Roberto Burle Marx. Em seu interior, os sócios contam com quadras, piscinas e salões de festa, ornamentados com painéis de Portinari e obras da artista Estergilda Meniccuci.
Na década de 1970, foi construído um anexo onde atualmente funcionam um salão de festas e uma academia de ginástica.
Casa Juscelino Kubitschek
A Casa JK foi projetada em 1943 por Oscar Niemeyer para ser a residência de fim de semana do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek. A obra apresenta várias características que a tornam um ícone da arquitetura modernista, por exemplo o seu telhado em forma de asa de borboleta e planos inclinados. Os jardins e pomar são de Burle Marx. Atualmente, ela abriga um museu que se destina a contar a história de uma casa modernista dos anos de 1940, 1950 e 1960, por meio de espacializações, objetos de época e estímulos sensoriais.